Quantas vezes ao longo da tua vida desejaste ser leme?
E quantas vezes te comportaste como mera âncora?
Quantos sonhos teus ficaram atracados no porto simplesmente por temeres a travessia?
É importante perceberes que todos temos um velho do restelo escondido dentro de nós, que irrompe na primeira oportunidade para nos seduzir subtilmente e nos levar a desistir dos nossos sonhos, sussurrando-nos ao ouvido: “não vás…fica. É perigoso, estás melhor aqui”.
Poderás sempre recusar levantar a âncora, a decisão será sempre tua, mas quero que penses numa coisa. Se a meta principal de um capitão for preservar o seu barco, ele até o pode conservar para sempre no porto sim, mas no fundo, e embora esteja lá mais seguro, foi para isso que ele foi construído? Foi com esse propósito? Não, pois não?
Ensinam-nos desde cedo que em cada travessia existe um tal de “Adamastor”, escondido no cabo das tormentas, capaz de fazer naufragar qualquer embarcação, até mesmo as mais resistentes. E afinal, o que pode o Homem contra a força do mar? Mas há algo escondido na nossa História, na História do nosso Povo, algo tantas vezes esquecido, qualquer cabo das tormentas pode muito bem ser enfrentado e dominado, tornando-se milagrosamente no cabo da Boa Esperança. É claro que na tua travessia existirão tempestades, poderás ficar sem velas, perder a tua tripulação, ou mesmo naufragar, mas também será nessa altura que aprenderás uma das maiores lições que um marinheiro pode aprender “Deus por vezes acalmará as tempestades. Noutras, acalmará o marinheiro, mas na maior parte das vezes ensiná-lo- á a nadar”. E no fundo é isso, um mar calmo nunca fez um bom marinheiro.
Falta então saber o preço que estás disposto a pagar por um sonho, por uma aventura, por seres Livre?
Nunca te esqueças das nossas origens. Somos um povo feitos de sonhos, de aventuras e conquistas, somos “Heróis do mar, Nação Valente e Imortal”. Então porque temer a travessia?
Não queiras nunca ser o velho do restelo, pessoa triste e amargurada por nunca ter sentido o mar, o oscilar das ondas, a brisa no rosto, ou mesmo o sabor da terra à vista.
Pega no teu barco, torna-te capitão, levanta a âncora, e pega no leme com garra, de peito aberto, de coração cheio, e com muita fé, e simplesmente Vai…
Porque no teu (a) mar se desatam os teus nós de marinheiro…

Rubrica “Reset” por Dra. Alexandra Almeida
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